quinta-feira, 1 de abril de 2010

Jaula.

Palavras são jaulas
opiniões são prisões
que moldam sem querer
pessoas e

O inferno são os outros, que nos fazem sermos quem diferentemente seriamos se não fossem o que nos é falado pelas bocas alheias que transitam na ruas, vielas, becos e avenidas.
Feliz são os loucos, que são poucos, curtidos pela insanidade, pela verdade de ser quem se é, de verdade, sem vaidade. No fundo uma experiência antiga, que se renova. Torna cada dia mais impossível, a possibilidade de ser você, sem sofrer influência.
Aceite as opiniões, mas não sem antes saber suas... suas, bem, você sabe.
Todas as jaulas são construídas a partir de quem a deixa montá-las a sua volta.
Ontem quando vi dois meninos na rua, sabia que eles haviam a mior liberdade de todas, era uma liberdade diferenciada, uma liberdade, sem cobertor, nem teto. Estavam a derivar nos ventos soprados por entre os prédios e as colunas que pendiam a rodoviária. Queria ter a liberdade deles, tendo tudo que tenho, mas seria impossível. A vaidade é uma prisão, o luxo é uma prisão, e mais do que qualquer outra coisa, as pessoas. Não você, as outras.
(sei nem pra quem, nem por quê, nem pra quê escrevi isso, mas foi-se. Se me der na telha depois eu mudo)
E viva o inferno dos outros. O nosso é sempre feio.

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