sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Projeção de "Pele-ícula"

Tudo começou como um filme e desde então é nesse "longa metragem" que eu vivo, entrei pela porta de trás, como quem vai de carona, mas o reflexo do retrovisor me ofuscava a vista daquele que dalí pra frente seria o meu "ângulo de câmera", pra onde ficariam voltada todas as atenções.
O "argumento" é bem simples: Amor a primeira vista. Poderia ser como Cabral em 22 de Abril e até mesmo Da Vinci, quando resolveu "enquadrar" a sua indefinida Gioconda.
O primeiro "Close Up" foi ocasional, duas pessoas movimentavam-se, o espaço atrás era quase vazio, ocupava-se apenas por um bar mal iluminado, por outro lado, haviam luzes que riscavam seu rosto, vindas dos scaners postos no teto daquela festa diferente. Assustado com tudo isso, o "claquet" primeiro nos ficou apenas para os "extras", não fará parte do "roteiro final", o que não quer dizer que essa história terá fim.
As "adaptações" foram sendo feitas, todo o "cenário" foi modificado, luzes, som e a "ação". Foi num toque das mãos, que um dos personagens pegou-se surpreendido pelo que se sucedia, na "cena" que até o diretor parou para assistir o próprio "filme" da vida real. Produzido em "pele-ícula", de contato sutíl, quase imperceptível, mas causador de um furacão avassalador de sentimentos transbordados pelo coração pulsante e a mente que confidenciava as vontades subsequentes.
A "produção" era independente, as dificuldades seriam enfretadas a partir do momento em que fossem surgindo e por mais que fossem esperadas, as que surgiram foram facilmente resolvidas, tudo pelo companheirismo que envolvia toda a equipe e os dois "atores" principais, que não sabiam, mas eram nascidos no mesmo dia, no mesmo mês do mesmo ano e portanto isso tornaria o entrosamento entre os dois o mais especial possível.
A conversa entre os dois se tornava a cada dia mais constante, até o dia em que os dois não conseguiam passar um dia sem se falar, ailás, horas, por vezes, minutos. Foi quando deram-se conta de que o filme havia se tornado a realidade dos dois. O "roteiro" ainda assim seguia-se fielmente, intacto, entretanto o tato era presença obrigatória, até o "autor" resolver mandar um dos "personagens" pra um lugar distante de qualquer civilização, do outro lado do oceano.
As "cenas" subsequentes for filmadas em Nellysford. A "filmagem" iniciou na temporada de inverno. Desde então, o verão que fazia entre os dois foi transferido pra um frio descomunal, a relação foi mantida, a única coisa que mudou foi a temperatura, e isso não influenciava em nada, por mais que houvessem impecilhos tudo foi mantido. A distância na verdade serviu de combustível pro fogo do sentimento, e a combustão das misturas fazia bem ao mundo e mais ainda aos dois. Foram necessários três meses pra que as gravações acontecessem e que os dois voltassem a se ver fisicamente.
No dia derradeiro, malas prontas e um sorriso, que não disfarçava a ansiedade. Embarque direto ao estado de graça, e por lá esperando com um buquê de flores e na mesma sintonia estava o contracenante. Agora, apenas algumas horas separavam os dois do fatídidoco encontro, amor que sairia das "telas" para viver na vida de dois personagens reais, um romeu e julieta sem o triste final.
(continuar)

domingo, 21 de novembro de 2010

Coisas da Vida

Foi o escuro que quis me esconder de você, era tudo tão viceral e isso tudo foi desaparecendo, por um instante jurava ter fechado os olhos, mas eu os abri, os esfreguei e os abri, você havia se transformado em parte daquele vazio, negro e salgado, gasoso... eu te respeirei durante todo tempo, te senti entrando pelas narinas, aquilo me machucava, formava muco na superfíci circular acima da minha boca e aquilo que me pingava como o que pinga nas crianças largadas no morro era você.
Havias fugido de mim pra se reinventar, transformar seu mundo, vencer barreiras e como? A maior barreira eramos nós e você fugiu disso. Filho da puta e eu repito: fi-lha da pu-ta, eu sinto o sabor das palavras que falo e nessa hora te chamar assim me deixa com um gosto doce na boca, talvez porque eu devesse chamá-la de amor, mas o seu amor já me apeteceu, hoje o que me apeteceria seriam as madrugadas infernais e lentôneas que usurpão meu sono, você não... não mesmo.
Alguém me sopra ao ouvido alguma melodia de merda, daquelas que os infelizes, meretrizes, bêbados e cornos gozam ouvir, porque é nesse momento que vem tudo na mente, agente ri, chora, sente o gosto de tudo e o do nada também, e é esse que agente prefere porque ele dói e como se não bastasse viver, agente gosta de sentir dor, putos sadomasoquistas que não gozam de prazer algum... só enchem as cabeças alheias, porque além de dor o que apetece os fodidos de espírito, pobres de amor e narcisos do próprio ego é simplismente ter algo pra inflar-se, sentir-se alto e desnormalizar aos que estão a sua volta.
Vão esbravejar, pode ser que acendam a luz, mas nesse momento eu não quero mais, o escuro sou eu agora e a claridade viria para matar a minha existência, o dolo então é do sol. Eu tenho tanta coisa pra ontem...
"Existem coisas na vida, das quais até Deus duvida, tem beijos de boas vindas, tem beijos de despedida, tem choro, coro, decoro, entrada não tem saída, tem fórum, falta de coro, tem um toque de midas. Tem quem apronte um salseiro, tem gente muito querida, tem cara de pau de monte, morte por uma dívida, tanta coisa pra ontem. Existem coisas na vida, das quais até Deus duvida, tem que não tenha guarida nas vielas e avenidas, tem olho da rua, beco, tem ouro de tolo, toro, tem vaca e mulher parida. Tem gente que é só sucesso, como tem gente falido, tem gente que não tem berço, bandido, gente excluída. Tem gente muito valente, tem gente só suícida e por ter gente demente, tem gente que é prevenida. Tem coisa que segue em frente, tem coisa já falecida. Existem coisas na vida das quais até Deus duvida é o diabo à quatro, querida."

domingo, 31 de outubro de 2010

Lamúria

Se de um tango eu tirei meu canto
meu desalento de solidão
minha nostalgica ideologia
minha pequena imensidão

Da lamúria fiz meu canto
brando, santo, samba de comunhão
Acompanhante de mim mesmo
Vereda de interiorização

Quiçá você, o sol, o mar
Me enamorar num domingo
Ralentar as horas, perdurar...
Desilusão de sal, açúcar
São, foi São Paulo que o abrigou

Viver é à prestação
Morrer, talvez
Tudo a mim é grande
Até o vazio do Rio, no frio
Maresia de calafrio.

(para ser editado)

Idéia e Miséria

Todas as grandes idéias são perigosas. (Oscar Wilde)

Pseudo-criador de seus monumentos, os levantam e os assentam na infatigável cabeça dos pensantes e também daqueles que não fazem uso das suas. Quantos foram os indignos das suas glórias, não fossem o tamanho das suas obras... o que fica, é o que verdadeiramente importa aos olhos vislumbrantes, vislumbrados.
Imponente aos olhos de quem vê, seus montes nunca o farão convir ou admitir quem tu és, tudo é pouco, e se assim não fosse, tu farias de tu mil, para que pudesses redimir-se frente àquilo que representará o grão plantado e germinado das vagantes idéias caminhantes do seu pequeno cérebro.

(incompleto)


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Desalento


"Diz assim que eu chorei, que eu morri de arrependimento
Que meu desalento, já não tem mais fim..."
Parado agora sobre os escombros do que de mim sobrou, é difícil olhar o que a minha volta ainda está de pé. Eis que carece de exatidão detalhes do fato consumado, consumido pela poeira.
Leva... corre e leva tudo que está aqui, até você mesma. Faça isso correndo, porque se eu te ver por mais algun minutos, sou capaz de me jogar aos teus pés; não eu penso, eu penso, eu nunca seria capaz de fazer isso. Desalento, desatento, exatidão, momento, palavras... chão, cá no chão estão as palavras que querem transbordar minha boca, entretanto estão aqui, cá dentro da minha cabeça. Lá, cá, aqui, alí, volte tudo, desde o início e vague pelo que por ter sido tudo, nos encheu de um nada profundo, no fundo, do poço; o esboço do inferno que eu vivo se transparece na ausência de alguém. Palavras não são palavras e a saudade não é doce, não. Saudade é salgada, hipertensa, matou a si mesma por excesso, ou foi o acaso?
Diz pra àquela, ela, a mulher da porta de trás, que saiu sem nem me dar sinais de que voltaria. Vago na noite, vago no dia... e a lua que é um abajúr brilhante, lantejoula da NASA e irradia natapeçaria do chão de barro, daquele que perdeu o teto e ganhou de Deus as estrelas, que correu pro rio e as viu refletidas no mar para que pudessem ficar mais perto, mas que do rio de fez deserto e na seca tudo é dor, das frases de Camões, das películas de Álmodovar, músicas de Chico, o rio eu morreu. Sim, lá estava, não passa mais. Implodido, agora, abriga dentro de si somente seus ossos, seus restos mortais e o desalento singelo, dilacerante de atracar em qualquer porto, morto, sem cais.
"Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme"

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Macro Contacto

O contato da pele, ainda que se refira ao passado das almas, apresenta a entrega presente nos materias que desventurados, deixaram que a alma fosse algo material. Pra um outro plano, ficam os planos de tornar-se mais alma, por enquanto, prefiro ser só carne.
Bruno Faleiro

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Complô Internacional

Todo mundo sabe de alguma coisa que eu não sei, um filme, que eu não vi, de uma aula, que eu faltei. Por mais que eu tente, eu nunca chego no horário, eu perco tudo o que eu ponho no armário. Tudo atrapalha o que eu faço, mas pros outros parece tão fácil. A fila que eu escolho, vai sempre andar mais devagar e o troco acaba, bem na hora em que eu vou pagar, se eu me distraio um único instante, pode apostar, eu perco o mais importante, tudoatrapalha o que eu faço, mas pros outros, parece tão fácil. Os vizinhos devem rir por trás do jornal, eu desconfio de um complô, o maior que já se armou, uma conspiração internacional.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Carne, Alma e Pensamento.

Irreal/Surreal/Não Real
Eu quero contar o que todo mundo já sabe, eu quero me expor pra não passar por covarde, da arte da ocultar o que se sente pra se estar por cima é na verdade passar em cima do que te faz respirar, se numa comédia divina, a vida te ensina a cuidar de você, seja um pouco mais paciente, olhe pros lados não pense só em você. Se o que você faz fere o ego alheio, por favor, não deixe de fazer mas, se isso machuca no peito, tenha respeito e pare de fazer, a reciprocidade das coisas difere no homem o primordial, que aquele que tem seus limites será sempre agradável, o amigo ideal, por mais que sua vida seja diferente, tenha outro valor, princípios são sempre princípios e além de tudo eles nos dão valor, então chegou, já é noite eu tenho que dormir, nada do que falei é verdade, esuqeça tudo e deixe-se existir.
Real, e somente Real
Passei duas horas pensando sobre mim, sobre nós na verdade, eu e a alma que enche esse pedaço de carne ambulante, aliás, somos três, carne, alma e pensamento. Pensar é mover com o poder da mente, é fazer tudo o que você quiser, da forma que quiser, dando certo ou errado, experimentando o que poderia ter sido, se não fosse assim ou assado.
É uma pena que viver, não seja pensar e somente pensar. Viver é tentar equilibrar a cada segundo uma parte das três "matérias" que te compõem: Carne, Alma e Pensamento.
Carne: Responsável direta pelos atos que serão julgados antes pelo homem, depois pelo Homem. A carne também dará prazer a outra carne, seja ela do sexo oposto ou não, a carne se difará de outra carne, tocará, acariciará e deleitarar-se-a de um outro pedaço do mesmo produto; A carne que não se vende, ou que se vende sim, nas madrugadas enluaradas, carne que pega por ser carne, por não se suprir sozinha ou por ser sozinha e não suprir-se de ter outro pedaço que a complete.
Alma: Qualquer tipo de "recheio" que possa ser doado a um pedaço de carne que pretender ter vida, alma é a maior ligação entre carne e pensamento, se esvai à noite quando adormece, retorna pouco antes das manhãs de sol a pino, que deveriam ocorrer à tarde, liberta-se pelos momentos que precisa vagar, toma ciência do que é preciso, faz um relatório do que foi o dia, soma nela toda positividade e também seu contrário, esbarra em outra e nos faz reconhecer tudo que na verdade, em carne, nunca vimos, por fim, quando não mais quer fazer parte de um pedaço de corpo composto só por carne, dá adeus, o tipo de tchau mais triste que existe, e deixa águas alheias pelo chão, desce ao 7° andar e putrifica a carne, libera-se antes mesmo que possa ser lacrada, queimada, embalsamada. Quando é pega de surpresa, vaga por todo dia até achar seu caminho, atordoa e faz com que muitos não acreditem, mas existem.
Pensamento: O que poderia ter sido e não foi, o que tem-se sempre que se quer alguma coisa, alguém, quem? Quem não pensa? Você acabou de pensar, e se pensou, é composto por Carne, Alma e Pensamento, é como eu, o que pode nos diferenciar são escolhas, vontades, desejos voluntários e involuntários, logo, aceite ou feche os olhos pro que poderia ter sido se a maré das circunstâncias não tivesse nos banhado nas águas do equívoco.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Água ou Pedra?

O bom é se jogar, onde quer que seja. Na pedra ou na água, quem liga pra onde vai chegar, não repara na beleza dos lugares por onde passou e deixou pra trás, e no fim, só o que não foi no início e no meio, é o que te espera.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mitomania

Uma verdade que não existe, uma mania de querer que o que se pensa, torne-se aquilo que se é. Mentir não significa não falar a verdade, mentir significa viver outras vontades, contar o que se passa de um modo diferente do que aquele que se vive, é mudar a história pra que ela se torne mais emocionance, favorável, feliz ou triste.

(interminado)

domingo, 16 de maio de 2010

Edredom

Eu não sei quantas pernas tinham debaixo do meu edredom, contei histórias, sonhei com mundos a minha volta que não eram o que eu vivia, e uma criança que habitava em mim se fez presente, saímos juntas pra aproveitar o que só nós naquele momento poderiamos ter.
Das coisas que eu tinha sonhado, depois de acordado eu não as lembrei, pensei em tudo que havia sonhado, quais eram as coisas eu já nem sei. Eu agora sonho acordado, um sonho que não sonhei, debaixo do edredom do mundo que imagine.
Num outro dia então durmo novamente tentando sonhar, mas que difícil é sonhar, o mais difícil ainda é realizar. Mas eu encontrei, encontrei o meu sonho debaixo do cobertor, numa tarde de domingo, de frente ao computador. O que era desconhecido então me contemplou, na mais diferente forma de ser, me iludiu, me encantou e me aprisionou dentro de si, quando eu me preparava pra fechar os olhos, ele os abriu, me mostrou os sonhos que são reais, e aqueles que podem tornar-se reais. Os ideais são verdades fundamentadas pela cabeça dos que os possuem.
Na manhã do dia seguinte, com os pés no chão e a cabeça nas nuvens, meio desligado do que acontecia atrás das paredes ao meu redor, lá fora o mundo acontecia, porém dentro daquele quarto, debaixo do meu edredom, aconteciamos nós, eu e meu sonho.
Levantei-me da cama e abri a cortina, que prendia o sol pelos panos, depois as janelas, que não por ruindade prendia o ventro do lado de fora, depois de uma fresta mínima aberta, já sentia-me envolver pelas mãos transparentes.
Dei dois passos à direita, sete à esquerda e entrei no banheiro que me esperava com seu borrifador de água requentada, debaixo ele, só girei seu umbigo estranhamente estruturado e dele fiz jorrar água, essa que fez caminho no meu corpo, lavou minha pele e minh'alma, ao tocar o chão levou o peso da sujeira consigo para o ralo, foi-se, não volta mais.
Depois de todo processo matinal, abri a porta do dia, saí de casa e entrei na rua, vivi toda rotina, amei diferente, ri diferente, tudo foi diferente do que acontece rotineiramente, tudo passou muito rápido e já era noite, lembrei que devia voltar pra casa, meu edredom estava a minha espera, preparado pra me proteger.
Fiz todo caminho de volta, passei por todos os lugares iguais, mas eles estavam diferentes, minha cebça pensava diferente naquele dia. Saí da rua e entrei em casa, fechei a porta e num barulho estridente girei a chave, subi as escadas e me joguei debaixo do chuveiro, de roupa e tudo, elas sairam do meu corpo e eu não sei como, quando me vi, já estava sentado na cama, ouvia o ruído do som que vinha do vento passando pela janela, me levantei para fechá-las, lembrei que na manhã eu as abri, que coisa louca essa de se fechar e abrir, de dias e noites, logo toquei a cortina que a poucos centímetros do chão, moviam-se levemente, as fechei também, e não mais me vi, nem a nada que tinha a minha volta, girei meu corpo e caminhei em direção ao que era a minha cam, bati com o pé na base e num gemido sentei sobre ela, deitei-me, fechei meu olho e sonhei acordado, e descobri que o edredom não fazia diferença, pois quando acordei, ele estava deitado no chão, ao meu lado.
(Para M. Soares)

Vagabundo!

Hoje dei adeus a toda aquela paz que sempre me acompanhava
Gritei comigo mesmo e desesperado chorei, sozinho na rua
Tentei me ouvir, mas não me escutei
Me surrei, mas nada senti
Entre marcas de dor e suspiros
Me distanciei de mim
Algo que me fez viajar
Bem longe, num outro lugar
Num tempo perdido, pra eu nunca me achar
Lá onde o tempo não passa
Onde o dia, nem na noite termina.
Lá, bem distante...
O suficiente pra eu não alcançar com os olhos
ao longo, um tombo, no tango do fim
Metade era inteiro, e o inteiro em mim
Já não era nada, inteira era a estrada
Que me faz me perder, dos carros, carroças...
Difícil é aceitar essa idéia de paraíso
Onde tudo é leve, pleno
Cheio de vazio
Louco é o são as avessas
E acredite, o mundo jura ser bom
Dá voltas e nos faz parar no mesmo lugar
Atira e consegue sangrar
E a noite ele todo dia nos dá
Puta infelicidade que nos segue
Abriga-te nos fins de casos, nos acasos
Busca moradia onde ninguém faz morada
Mas e você, cadê?
Você vive dentro "dum" pote
nos outros, no ouro, em mim, onde enfim?
Ahh sim...
Nada de mim, apenas meu mundo
Do tudo do pouco do nada que sei
Me fiz sem jeito, um bem pra mim
Em ser assim: Vagabundo!

sábado, 24 de abril de 2010

Despedida da turma de Comissário de Bordo (CMS121)

Quando chega a hora do adeus, o que fica pra trás é a vontade de se despedir. Você sente aquele aperto por ter que de certa forma abandonar tudo aquilo que foi construído num determinado espaço de tempo, mas que ficará só na memória depois do último dia.
Então você sente aquela vontade louca de chorar, de rir, de abraçar todos aqueles que construiram toda essa história ao seu lado, uma lágrima se desprende do seu olho e as outras insistem em acompanhá-la, sem ter muito o que fazer, você se entrega e deixa que todas as suas emoções se transpassem por meio delas, toda aquela alegria infinda e ao mesmo tempo aquele ápice de tristeza de ter que deixar aquela unidade.
então um filme começa a passar pela sua cabeça, o primeiro dia de aula, o primeiro encontro, a primeira palavra, o início da amizade, o companheirismo, a notícia que não agradou, a notícia que fez você ver o mundo em cores, os abraços, os beijos, as saídas, os sonhos compartilhados, os testes de sobrevivência, esporros, provas, algumas colas só pra dá um nervoso que só temos nesse momento, o grito de felicidade a cada nota alta, e no fim isso tudo, me desculpem, isso nunca será o fim. Esse é o mero começo de tudo que teremos pela frente. Se você não acredita ainda, veja o primeiro avião no céu, lembre-se de que um dia ele passava por você e fazia parte dos seus sonhos, hoje, ele faz parte das sua realidade.
Acho que agora vem a parte mais difícil, o que eu jamais queria fazer... ter que me despedir de vocês com algumas palavras, uma vontade imensa de chorar, voz embargada e milhões de coisas passando pela cabeça. Eu quero poder ter vocês sempre comigo, seja onde for, mas certamente será no céu, o que todos nós sempre teremos em comum.
Pra terminar, dizer que não há nada que pague o prazer que foi tê-los como companheiros de turma e por fim dizer que será maior ainda o prazer de ter vocês como companheiros de profissão. Acho que dizer obrigado é muito pouco, mesmo assim obrigado.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ele e eu.

Há flores de cores concentradas
Ondas queimam rochas com seu sal
Vibrações do sol no pó da estrada
Muita coisa, quase nada
Cataclismas, canrval
Há muitos planetas habitados
E o vazio da imensidão do céu
Bem e mal e boca e mel
E essa voz que Deus me deu
Mas nada é igual a ele e eu
Lágrimas encharcam minha cara
Vivo a força rara desta dor
Clara como o sol que tudo ama
Como a própria perfeição da rima pro amor
Outro homem poderá banhar-se
Na luz que com esse mesmo cresceu
Muito morto que nasce
Muito tempo que morreu
Mas nada é igual a ele e eu.

(Para P. Rodrigo)

sábado, 3 de abril de 2010

Fantástico Mundo à Fundo

Parece que foi ontem que a chapeuzinho vermelho caminhava pela floresta enquanto o lobo mal à caçava para come-la, que a Cinderela dormia para acordar horas depois com um beijo dado pelo fantástico príncipe ou então que a Branca de Neve levantara também pelo derradeiro beijo dado já preste a ser enviada ao vale do encanto, a Bela de tudo que tinha se casou com a Fera, os três porquinhos foram refugiados, João e Maria queriam de verdade se perder, mas foram achados pelo acaso, libertados pela coragem. Rapunzel que esqueceu-se de jogar suas tranças que não eram mais longas, lembrou-se que pelo instante que das incostancias, deveras seu príncipe morto está. Oh que louca maneira de contar os fatos, relatos dos mais verdadeiros dados, gente que presta atenção no que acontece, e pelas vias de fato agradece a chance de não ter embutido qualquer coisa que viesse a tampar-me os ouvidos, pra que eu pudesse nessa noite de céu claro dizer ao sol, que o mundo fantástico me aconteceu num sonho, desses que terminam derrepente, quando a máquina que é cérebro descobre que é gente, que pra viver fantasia precisa-se de poesia, mas poesia lembra, dor, amor e isso já fica angustiante, para o peito do cavaleiro, que cavalga em seu escudeiro relembrando as atrocidades espalhadas pelas cidades, do mediaval ao atual, antes guerreiros e agora políticos. Grande farça do Disney, criando suas caricaturas, animais em figura, pessoas sem demasia, normais como alienigenas prateados pintados de verde, tudo muito infantil, como o mundo dos desenhos, e mais alguns ao meu lado que relembram que pra nada serve a história se no fim tudo que foi contado não passou de uma fantasia.
(Rs* Ando meio surtado. Me desculpem os erros, mas a velocidade de raciocínio, nem sempre são, impede-me de digitar todas as palavras d forma correta. E não as corrigirei, quero poder ler assim, como está.)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Jaula.

Palavras são jaulas
opiniões são prisões
que moldam sem querer
pessoas e

O inferno são os outros, que nos fazem sermos quem diferentemente seriamos se não fossem o que nos é falado pelas bocas alheias que transitam na ruas, vielas, becos e avenidas.
Feliz são os loucos, que são poucos, curtidos pela insanidade, pela verdade de ser quem se é, de verdade, sem vaidade. No fundo uma experiência antiga, que se renova. Torna cada dia mais impossível, a possibilidade de ser você, sem sofrer influência.
Aceite as opiniões, mas não sem antes saber suas... suas, bem, você sabe.
Todas as jaulas são construídas a partir de quem a deixa montá-las a sua volta.
Ontem quando vi dois meninos na rua, sabia que eles haviam a mior liberdade de todas, era uma liberdade diferenciada, uma liberdade, sem cobertor, nem teto. Estavam a derivar nos ventos soprados por entre os prédios e as colunas que pendiam a rodoviária. Queria ter a liberdade deles, tendo tudo que tenho, mas seria impossível. A vaidade é uma prisão, o luxo é uma prisão, e mais do que qualquer outra coisa, as pessoas. Não você, as outras.
(sei nem pra quem, nem por quê, nem pra quê escrevi isso, mas foi-se. Se me der na telha depois eu mudo)
E viva o inferno dos outros. O nosso é sempre feio.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Perder Só Amanhã

Hoje comecei a pensar na palavra perder e descobri que agente só perde no futuro, sempre no amanhã.
Tive um relacionamento de alguns dias e infelizmente aquele maravilhoso mundo de afeto, carinho, abraços e beijos... juras e etc, foi-se, definitivamente acabou, então eu fiquei triste, ligava todos os dias pros meus amigos e chorava, ligava para os amigos dele e chorava, e o mais que eu fazia era passar boa parte do meu dia pensando no que eu havia feito de errado para perder aquilo que naquele momento para mim, havia se tornado prioridade em tudo. Acabei descobrindo aos poucos que o que eu fiz não foi com ele, foram coisas que eu vinha fazendo comigo mesmo, e com os outros, os mesmos os quais sentiam a mesma coisa que eu sentia por ele, só que por mim.
Foram necessários 20 anos, exatos 20 anos para que eu pudesse me ver um pouco melhor e dizer a mim mesmo que eu NUNCA perdi. eu sempre ganhei e não sabia disso. Sempre ouvimos que tempos difíceis servem para aperfeiçoar o aprendiz e nem sempre nos conformamos com esses tempos, eles te preparam pra vida, é nele que você toma proporção do que é o mundo, do que você representa, e é assimq ue você sabe como e quando e até mesmo o que fazer para dirigir-se a felicidade.
Chorar é muito bom, não me incomodo com nenhuma das gotas que deixei cair, faziam parte de um momento, e era um momento do coração, sendo assim seria e é inesquecível, como tudo que é registrado pelo coração, esse mesmo que por vezes bateu forte no amor e na dor de ter e perder, aliás, na de ter e de aprender, nas de sorriso muito mais do que nas duas anteriores.
Então convenhamos que felicidade é sermos verdadeiros com nossos sentimentos, nunca sinta-se perdendo nada, você só ganha com isso. Conte sempre um ponto a seu favor por mais que isso não pareça o certo. Você é vencedor até quando acha que está perdendo.
Ame cada vez mais, jogue-se numa nova amizade, beije, faça sexo, fale palavrões se for necessário e se for para te aliviar, sorria sempre que der, e até mesmo quando não der, o sorriso fotalece e acalma qualquer coração e mente, seja bom pra você mesmo e para os outros, sutil, útil, agradável, educado, gentil, simpático, carinhoso, humano, você só tem a ganhar mais, porque GANHAR, você ganhará sempre. Perder só no futuro.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Escrevos de Jóh

Tudo derrepente desapareceu, e então eu vi o mundo que nunca tinha visto, mas não por não querer ver, mas sim, porque ele nunca havia sido apresentado a mim. Estou em transe, como pode algo tão sem sentido e bobo ser acusado de passionalidade.
É uma força estranha, quando se está próximo à ela, não há como não ser envolvido. É egoísta e quer que você se dedique quase que de corpo e alma, tira de você seus pensamentos, doa seu corpo e elimina qualquer possibilidade diferente daquela sugerida.
Então você endeusa aquela imagem, ama profundamente, como se dela fosse tirar seu alimento, sua água e tudo o mais que fosse necessário para a sua sobrevivência. Entretanto, por vezes temos a percepção de tudo que está acontecendo, e assim nos freiamos e não deixamos, que tudo se estrague.
Enfim, ser escravizado é para poucos, uma espécie de vida que todos querem ter. Fui escolhido para ser seu súdito, e o farei de coração, verdadeiramente de coração.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Lado "B"

Pouca gente ouviu falar, nunca passou na tevê, não vai ser moda, nem livro, nem vai ter fila pra vê. Delicadeza e doçura, não fazem muito sucesso, nem alegrias de bolso e nem amor que deu certo.
Fiz uma lista sem fim, de como sem perceber, você me deixa imensamente feliz. Mas não vou mostrar pra ninguém, ficará entre mim e você, vai ser nosso greatest unhits, nosso Lado "B".
Não vai sair nas revistas, nenhuma nota ou registro, só essa mor que se basta, em ser amor e só isso. O vento, à tarde e nós dois, agente rindo por nada, me descobrir nos teus olhos, e eternizar madrugadas.
Mas fiz essa lista sem fim, de como sem perceber, você me deixa IMENSAMENTE FELIZ.
Não vou contar pra ningué, ficará entre mim e você, vai ser nosso greatest unhits, nosso Lado "B".
PS: Uma brincadeira com o direito à privacidade em um mundo com desejo de publicidade total.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

VTNC

Foda-se, Vá se fuder, Caralho, Porra, Puta que pariu... não pronuncie nunca um: Vai tomar no cú.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Naufrágio do Barco Cor de Âmbar.

Sentado na beira do cais
Sem nada a minha volta
Sem papel e nada mais
Me veio a inspiração
Sentado na beira do cais
Fiz um barco de papel
Esperei que ele pudesse pelo mar navegar
Foi nessa esperança tola
Que vi meu barco naufragar
Sentado na beira do Cais
Como quem vê o mar
A vida diante do espelho
D'água me faz viajar
Lá se foi aquele barco
Pequeno, frágil e âmbar
Morar com os peixinhos
Que habitam o fundo do mar
Sentado na beira do cais eu pude decifrar
Que a vida é passageira
E reflete-se na onda a rolar
Um dia quando eu voltar
talvez não encontre o lugar
Do naufrágio do barco frágil
Que tinha cor de âmbar
Sentado na beira do cais
Eu pude observar
Que o barco não serve pra nada
A não ser pra afundar
Levando com ele os sonhos
Todinhos pro fundo do mar.
(Continuar depois)
Bruno Faleiro

domingo, 24 de janeiro de 2010

Solidão

Deverias ter medo da morte, mas menos que desta, deveria ser o medo da solidão, medo de não ter, de ficar só, de ser só. Estar só pode ser um estado de espírito, mas pode ser também falta de espírito, ausência de ombro e alento.
Estar só é a vontade de pensar, flutuar em pensamentos, todavia também tem a vontade de estar acompanhado, não suprida, temida.
Solidão: se fossemos procurar no dicionário, sei lá o que encontrariamos, talvez ausência de algo ou alguém, entre tantas explicações, mas a verdade é que só há um motivo: não ter.
(preciso continuar depois)
Bruno Faleiro

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

LOUCURA DE UM LOUCO

Que tudo é mais forte

E o universo pára

A inocencia dá lugar a loucura

E é onde o amor se encontra

Um toque, um gesto, seu corpo.

Como tudo é tão louco.

Só eu estar aqui e viajar no universo

Loucura de alma que foi viajar, e por sorte, por muita sorte achou você em algum lugar.

Idéia louca, mãos, braços e você tudo do muito que tenho.

É metade de você, que foi minha estrada, e hoje é minha saída, de um mundo para o outro, que a nossa felicidade, seja bem-vinda.

Afinal "...dizem que eu sou louco, por eu ser feliz."

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Banhava-se de sol aquela branca e fria lua, na madrugada das manhãs acinzentadas e carregadas dos ares sombrios, gélida como a possuir dentro de sí a umidade da neblina, a esconder o quê não se sabe. Deixando-se transpassar por pequenos filetes de ar, desfazia-se então em um imenso clarão, emanando raios de exatidão sobre a cidade flutuante do Rio de Janeiro, e aos poucos num movimento exuberante bradavam ruídos e passos descompassados. Como a fugir de um circuito catabolístico de podridões efêmeras, conjuntas, quizá uma ode ao que chamaremos de ciclo dos desesperados, ansiando pela busca de crescimento póprio, sem visão da nudez do mundo.
Dos fornos exalava o cheiro matutino, o ilegível papel não transmitia a célebre notícia dos traseuntes que desfrutam o pomar do célebro alheio. Apiedou-se diante da luz solar a massa corpórea dinâmica, na tentativa de transmutar-se com velocidade, por esse motivo, o movimento se deteriorava, era lento, impreciso, anguloso. Daria fim a tal ciclo de barbariadade o levantar d'outro satélite natural, imensa e amarela para findar a excrepância da naturalidade.
(Esse texto é para não entender... são coisas rápidas que vem como flashes à cabeça.)

Às Decorações.

Peixes são iguais a pássaros
Só que cantam sem ruído
Som que não vai ser ouvido

Voa águias pelas águas
Nadadeiras como asas
Que deslizam entre nuvens

Peixes, pássaros, pessoas
Nos aquários, nas gaiolas,
Pelas salas e sacadas
Afogados no destino
De morrer como decoração das casas

Nós vivemos como peixes
Com a voz que nós calamos
Com essa paz que não achamos

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Siga

Onde é a 2° ponte?

Segue enfrente senhor, passa por três ruas, acho que a primeira se chama, desejo, a segunda tesão, a terceira nao sei não mas ´parece-me similar a tesão, naquela curva mais acentuada a contramão mesmo você pode fazer, chegar nesta ponte é fácil apesar de haver mais de um caminho, é como conta, você se complica com vários calculos e acha um resultado.

Aqui, você pode começar pela cabeça, que é o nome da parte que decifra o caminho, talvez por lá você ache alguma coisa meio escura, mas, que vai te vê, uma meio rosa que pode te morder, qualquer coisa pode acontecer, e até mesmo eu de lá do outro lado consigo ouvir.

se você pular não fará, e aí, já sabe né? Nunca que vai dá certo, é preciso passar por etapas e ao adentrar cuidado, é meio liso e meio assombroso, um corpo estranho como o de qualquer outro que nao seja o seu, o meu o teu, um deus...

Pernas que fazem ponte com a parte central na qual se localiza o vão da evolução no lado fêmea da minh pessoa, engorda, emagrece, sobe ou desce, tem peito, pêlo, piercing pelos pólos de uma rotina de translação, se você gira e pega a parte traseira de tudo o que você vai ter na mão encontra uma divisão, são duas vias de sedução, uma leva a nuca a outra é melhor nem falar, por hora, não acho bom.

Um apoio é feito por algo largo e feio, são cinco pontas, algumas veias, uma completa passada pelos caminhos a serem percorridos...
termina onde começa a vida, algo que lguns medem, outros usam, alguns pedem, abusam, possuem, fazem mal, bem, e até tentão salivar, mamar, beijar, chupar, nem sei mais o que posso falar.E a ponte meu caro, achou?

Acabei de achar!

E ficava perto?

Bem aí, onde você está!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Carta à Felicidade

Pá,pá,pá
bateu a pessoa do outro lado
desceu as escadas como a fugir da altura de seus pensamentos
correu pelos corredores como a fazer circulos
se jogou no meio da sala
de frente para o chão, sentia sua respiração na própria face
o frio le passava pelo corpo
levantou-se ao se sentir incomodada
dessa vez andou, arrastava os pés
como se estivesse saido de algo que a cansara
tirou as peças de roupas que a cobriam,
subiu lentamente a escada de madeira enegrecida
avistou por alguns instantes coisas que nunca havia visto
ali, na sua frente
era grande demais para entender o que se passava
tão grande que se tornava dificil do pequeno aproximar-se
era bom, era ruim
não que quisesse mas, fazia parte de si
continha o nada que todo mundo tem
e a falta de capacidade
era alguem a quem poderia sentir pena
não era a Clara, nem a Ciara
estava como Valéria, como Antônia
mas se esondia dentro do que se possuia
está hoje que habita em meu corpo
e se chama alegria
ela não se encontra com niguem todo dia

ela costuma vir a noite visitar meus sonhos, ou então faz o favor de se esconder deles e me deixar em desespero, por vezes eu corro atrás dela, ela corre de mim, e corre pra mim, vem acompanhada de algumas pessoas que esbarram nas vielas das minhas avenidas, se embaraçam com meus sentimentos e dão razão a certos atos, ela costuma chegar perto das pessoas que eu amo através de mim...eu tenho uma caixinha só de lembrança dos momentos que ela me propicia.
Esteja sempre comigo, mesmo que nao seja sempre todavia, enfeite o meu dia por algumas vezes, me doe alguns instantes de você, para que eu possa qualquer dia desses voltar a te escrever

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Hans

Estou no mundo de Hans, passo o dia feito uma personagem, dependendo da compainha e do meu astral modifico o conto, costumo acordar pisando em plumas de segunda a sexta, tomo banho viajando na carona de uma estrela, sinto a água passar pelo meu corpo e depois como se fosse mágica vejo-me seco por uma mão de outra textura e outra cor, ao sair, dou 5 passadas até chegar ao meu mundo, meu quarto, lá eu fico nú, me vejo duplamente antes de vestir meu personagem diário, oculto ele para somente a noite, na hora de dormir ele possa reaparecer. Quando começo a me vestir, ele, vai se ocultando em meio as roupas quase sempre de tons básicos, "o" ultilizo na minha mente, saido de casa num outro "eu", um "eu" só meu, diferente de todos que visto, diariamente, passo minha manhã com ele, quando chego a faculdade a nova pessoa que me habita fala com todos, beija, e faz os outros rirem, ao termino das aulas, esta mesma, vem de algo que pode se comparar a uma minhoca de cor metálica, no caminho vejo o templo do mês de fevereiro, costumo sair quase ao meio dia de todo dia, em média chego em quarenta minutos num Beija-Flor, que por incrível que pareça não tem suas cores, passo a tarde conhecendo outros "eus" mascarados pelo poder de não podermos nos ver, se mentem eu não sei, todavia, eu não acredito.

A noite eu vejo o meu "eu" verdadeiro, as quartas ele fala outra lingua, as quintas ele se anima e samba ao som de uma azul e branca no alto de um morro, o resto da semana ele se conserva e ri das coisas que lembra, ele esta sempre comigo, apesar de se esconder está sempre a amostra, todos tem esse "eu" como o meu, só que é como voz e mediunidade, uns afloram e outros não, aceito ele numa boa, e até sou feliz por ter ele em mim...
Ele tem todas as cores, seu símbolo é o arco-íris, sua alegria mior é ter outros ao seu lado, seu maior desejo é ter sempre um desejo diferente, seu local, são todos, seu momento na maioria os noturnos, sua voz, sua maneira...toda sua instrutura de viver, vem apoiada por esse corpo de carne, que é taxado, e que apesar disso sustenta a carga e consegue sorrir. E quando nesse país a sexualidade foi tudo?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Super proteção

Perdeu a cabeça e atirou-me palavras como pedras, não me perfurou mas deixou marcas, tá sendo difícil ter que aguentar toda essa carga negativa, é impossível o negro sobrepor o multicolor, sua mãe te grita e diz que não dá, você ignora e sabe, que tudo que ela fala dura só um momento, é a super proteção ultrapassando a razão, mais que um pensamento que se vai, duas mil palavras que saem e uma cabeça cheia para tudo ouvir, sem nada dizer.
Um banho relaxante, um açúcar ou adoçante dentro de um maracujá. Sem adoçar, engulo tudo que me vem a boca, para que nada possa piorar, nessas horas é melhor não se soltar, aprender a se conter dentro de si, que pode parecer ruim, a princípio, mas é o melhor lugar; Nos sonhos dessa noite eu pretendo sonhar, que estou voando, esvairando os solavancos das palavras que estavam a me aguniar, pra que quando eu acorde e a luz de meus olhos a vejam, e que novamente eu volte a amar.